Tá achando que eu estou brincando?? Nada... Elas andam fora do meu controle! Não reparou que andei sumida desse blog? Então... Elas tomaram vida própria! Quer dizer, vida sempre tiveram. E como! A diferença é que agora elas saem quando bem entendem e pronto acabou. Sendo assim, resolveram largar crônicas, papel ou computador. O foco delas passou a ser outro: as pessoas. Dessas que andam, se movimentam e também falam! Aff... Esse mundo está muito moderno mesmo. Onde já se viu? Palavras que escolhem seus momentos... Só me faltava essa!
E essa mudança toda foi assim, do dia para a noite. Sem aviso prévio ou recado deixado em algum post-it. Quando eu dei conta, lá estavam elas... fora da minha boca! E eu com cara de tacho! Sem nem poder recolhê-las! Porque tem isso, né... Palavras se espaaaaaaaaaalham. Como moedinhas que caem rolando pelo chão, sumindo em tudo quanto é buraco. Elas vão. É a única certeza. Agora, até aonde? Nunca se sabe... Vão rolando, rolando... Fazem e acontecem pelas ruas! E às vezes se escondem em cantinhos tão estranhos e inusitados que acabam se perdendo no escuro. Ou no silêncio. Danadas essas palavras...
E nem adiante eu brigar muito. Palavras não escutam. Apenas saem. Eu é que me vire com as conseqüências depois! Já cheguei até ao ponto de colocar meu coração para ter um papo cabeça com o raciocínio. Simples esperança deles controlarem as fugitivas. Doce ilusão... Elas andam tão rebeldes e determinadas que não duvido nada de estarem armando, inclusive, um motim. Meu eu amordaçado sendo jogado ao mar. Imensidão.
Agora, o pior é que eu ainda consigo entender... Elas passaram a ter desejo de realidade. Palavras em busca de liberdade e autonomia de ser, ao invés do significado. Nada de posses ou prisões... Elas só querem abraçar o mundo, independente de suas linhas tortas! Passear, sem ter que dar satisfação ou se sentirem pesadas com responsabilidades. Brincar de subir em vírgulas, descer em espaços e dar volta em interrogações sem causar furos nas páginas. Sem repressões. Jovens...
Ah, minhas palavras... Tão novas e ansiosas... Fazem barulho apenas pela vontade de serem leves. Palavras que pretendem ser as próprias palavras. Só isso.
Ih! Caramba! Acor
da
r
a
m
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3 comentários:
"Tenho medo de escrever.É tão perigoso.Quem tentou, sabe.Perigo de mexer no que está oculto - e o mundo não está à tona,está oculto em suas raízes submersas em profundidades do mar.Para escrever tenho que me colocar no vazio.Nesse vazio terrivelmente perigoso:dele arranco sangue.Sou um escritor que tem medo da cilada das palavras: as palavra que digo escondem outras - quais? talvez as diga.Escrever é uma pedra lançada no poço fundo."
(Clarice Lispector)
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Tenho algumas palavras que continuam dormindo. Espero poder acordá-las em breve, não com medo, mas com a coragem que elas precisam ser pronunciadas.
...
´
Como é bom ler um tetxo teu.
Estava com saudades do seu (re)canto.
Um beijão.
reclamações metalingüísticas, minha cara? rs
vide meu perfil. e uns posts antigos.
Palavras não têm controle. Queimam, ardem, apagam, somem, volta calmas, seguras, mudam-se, mexem-se...
não têm regras. e se momentâneamente podemos brincar com elas, como se fossem outra coisa controlável (que não palavras, é claro) é de se esperar uma resposta, um dia. um palavrão, até, talvez?
São como as paixões as palavras. Se controlarmos, deixam de ser o que são. Paixões viram um sentimento qualquer, mais calmo e seguro talvez, mas não mais paixões.
Palvras até viram verbetes aqui e ali, se deixam prender, organizar, listar...
mas verbetes não são palavras...
E palavras, não são verbetes, são paixões.
;)
"Palavras me aguardam o tempo exato pra falar... coisas minhas."
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