"São 3 horas da manhã, você me chama pra falar coisas que só a gente entende. E com seu papo poesia me transcende..."

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Ela

Há tempos que eu queria te contar, mas não sabia como puxar o assunto com você. Sabe como é, não é o tipo de coisa que se revela assim, de sopetão. Tem que ter uma conversa. Até mesmo pra você entender os meus motivos. Eu te conheço... Antes mesmo de eu terminar vai estar com mil preconceitos na cabeça. Mas ok... Calma! Eu vou falar. Não estou te enrolando. Não vê que eu também estou tensa? É muito difícil estar aqui para te contar tudo. Mas agora que eu decidi fazer isso, vou levar até o fim.

Bem, humm... É o seguinte... A questão é que eu estou namorando escondido. Quer dizer, escondido está deixando de ser. Isso. Namorando. E não é de hoje. É... Totalmente em sigilo. Achei melhor deixar a relação ficar mais firme para poder te contar. Quer dizer, não só contar para você, mas como para todo mundo. Agora, é fato: você está sabendo em primeira mão. Lógico! Não iria aprontar essa com você.

Não me olha com essa cara... Eu achei até que você já desconfiava! Não? Pôxa... Não tem reparado que ando mais bonita, animada e de bem com a vida? Tá, eu sei que eu sempre fui tranqüila e risonha, mas essa sensação nunca foi tão presente dentro de mim. Se antes, ela me bastava. Atualmente, tem transbordado. Sobra... Entende? Já se sentiu assim? Pois deveria... O que interessa é que se eu ando melhor e mais feliz não é à toa. Pode ter certeza. Não é por causa do trabalho, da família ou dos amigos. Não mesmo... Tudo, aquele tudo que me importa no momento, é efeito exclusivamente dela.

Hã? O que foi? Por que o espanto? Huummm... Já sei, está estranhando o “ela”. Mas ok, já que vou contar sobre o namoro não tenho porque esconder o fator principal. O pronome pessoal está no feminino mesmo! Sem nenhum erro de digitação. Efeito exclusivamente DELA. Eu sei, é... inesperado! Até eu mesmo levei um bom tempo para me acostumar com a idéia. Não queria aceitar esse fato de jeito nenhum. Não mesmo! E resisti! Tentei não me envolver com ela. Eu juro! Mas foi meio que inevitável.

Ela estava na música que eu escutava, no poema que eu lia e, pior, no que eu escrevia também (quando começamos a escrever sobre o outro é que a coisa está ficando séria, pode ter certeza). Não saía do meu pensamento! Acordava com ela martelando dentro de mim e sonhava com suas frases. Tentei ignorar sua presença, quis sumir para não ter que encará-la, mas não teve muito jeito. Ela veio com força pra cima de mim. Me tomou de uma forma que só me restou... ceder.

Caramba... E quanto tempo eu levei para viver! É, viver! Esse é o verbo! É extremamente maravilhoso estar acompanhada de quem te faz bem e não o contrário. Você tem que experimentar algo assim. Não, não, chega de escolher errado! Hoje eu vejo o que estava perdendo! Não troco essa sensação boa e constante. De jeito nenhum! E na cama? Uau! Não sabia como ela poderia ter efeitos enlouquecedores debaixo dos lençóis. Ou em cima, ah, enfim, você entende o que eu quero dizer. Também não quero te deixar chocado com esses detalhes.

Não, não me olhe assim. Entenda! Você não pode estar comigo. Por mais que você tente, sempre acaba me faltando. Quantas vezes já te disse isso? Agora, já ela? Está do meu lado o tempo inteiro! Quer dizer, sempre que eu preciso, que no caso é o que importa, né? Não que esteja sempre ao meu favor, não mesmo, mas está lá... Para me dar atenção, para me dar alivio... Ou então sabe se afastar e dar tempo para o meu silêncio, quando necessário. Sei que ela quer o meu bem e por isso respeito sua presença. Eu sei, eu sinto, entende? E essa é toda a diferença. Eu não tenho dúvidas. Nada de insegurança.

Eu espero que compreenda e não brigue comigo. Eu estou feliz. É sério... Ceder, fazer as pazes com ela e também comigo, era tudo que eu precisava no momento. E é tanto amor, é tanta paixão que eu até brinco: “Ai ai Palavra, um dia ainda caso contigo”.

6 comentários:

Ricardo Corrêa disse...

Promete? Dá sua palavra que casa?

Anônimo disse...

Essa relação ja vem de longe... muito longe... e, mesmo em silencio, sempre admirei-a, vendo de longe a "paquera", o "chamego".
Só podia resultar nisso mesmo!
Bjo proce, viu?

Saudade

Mari B. disse...

Oba! Continua com esse blog sim!
Eu voltei com o meu mesmo. =)
Depois eu passo pra ler com mais calma.
Beijos!

Bruno Azevedo disse...

Mais um blog, mais uma coisa pra eu ler todos os dias... Mas será sempre um prazer ler os elegantes textos de Vanessão!

hermann disse...

Pô... por um momento achei q alguém havia lhe convencido do lado bom da vida! ;-)

brincadeiras a parte, o texto tá ótimo! agora é só manter a qualidade e a constancia, o q pra vc é molinho molinho.

Beijoos!

Anônimo disse...

Paixão antiga e cada vez mais forte!!! E que, com certeza, vai longe....
Continue assim!!
bjos, Ana