"São 3 horas da manhã, você me chama pra falar coisas que só a gente entende. E com seu papo poesia me transcende..."

segunda-feira, 31 de dezembro de 2007

Para Você, Com Carinho

Ainda não cheguei, mas tenho sentido tanto suas esperanças e sua fé em mim que resolvi lhe escrever. Conversei com 2007 e ele também achou que você deveria saber algumas coisas. Um pouco antes da hora, eu sei, mas achei necessário. Espero que entenda.

São tantos pedidos, tantas apostas depositadas em mim que eu me sinto pesado antes mesmo de entrar em ação. E eu não falo apenas de você, não. Imagine o mundo inteiro lhe pedindo coisas e mais coisas! Nas mais diversas línguas e formas! Saúde, paz, amor, dinheiro, sucesso... Estão nas camisas, nas palavras, nos copos e até nas calcinhas! Dá pra pirar qualquer um! É muita pressão. Só não entro em crise porque já estou velho pra isso. Afinal, são 2008 anos, né? Enxutos e bem vividos, diga-se de passagem, mas 2008 anos. Alguma experiência eu já devo ter para lidar com o animal racional mais irracional que Deus inventou: o homem.

Eu gosto e estou empolgado para iniciar o trabalho. Não nego. O homem é uma caixinha de surpresas e é desafiador deixá-lo feliz com o que está ao seu redor. Não digo sempre feliz, pois isso também não teria graça. Até ele acharia entediante. O que eu tento é dar equilíbrio para as pessoas, perdidas entre pensamentos e sentimentos. A famosa paz. E eu nem to dizendo a mundial, não. A paz interior de cada um mesmo. Ela é fundamental para que se consiga discernir o que lhe faz bem dentre as opções que se apresentam. E costumam ser muitas... Aí é onde mora toda complicação.

O que estou querendo lhe dizer é... Não sou eu que vou lhe dar saúde, amor, dinheiro e qualquer outro presente. Eu não vou embalar isso numa caixa, com um laço lindo em cima, e lhe enviar como o Papai Noel faz. O meu papel não é esse. Por mais que as pessoas insistam em vestir roupas coloridas tentando me sinalizar seus desejos para que eu os atenda. Aliás, quem inventou essa tal tabelinha dizendo que vermelho é isso, amarelo é aquilo, e blá blá blá? Caramba! Nós, anos, ficamos malucos com esse festival de cores. Até porque essa tabelinha com significados costuma variar de lugar pra lugar! Uma confusão! Sem esquecer das pessoas que vestem todas as cores! Como se estivessem dando de espertas pra cima da gente, é mole? Aí passa o ano, nada acontece e saímos como o carrasco da história. Não, não... Isso não pode ficar assim. Alguém precisa explicar como nós, os anos, trabalhamos. E esse alguém será eu, já que 2007 está saindo cansado após sua carga-horária. Bom, então vamos lá!

A minha função primordial é lhe ajudar. É como se eu colocasse placas pela estrada. Setas, opções, lugares distintos a cada curva que você escolheu passar. Está sem dinheiro? Está sem namorado ou namorada? Não tem sucesso na vida? Está sem amigos? Precisa de paz? Bom, independente da pergunta a minha resposta será a mesma: você é o responsável por tudo isso. Única e exclusivamente você. Eu sei, estou pegando pesado. É uma bomba pensar que se está triste, a culpa é sua. É ruim, dói, mas eu não vou mentir... Parece até papo de psicólogo, mas é a pura verdade! Agora respira. Calma... O outro lado também é real: se a responsabilidade é sua, você, mais do que ninguém, pode consertar. Está com você o próximo passo da sua vida. Querer já é o começo de tudo. Vai por mim...

Por exemplo, se o que lhe falta são amigos, pare um pouco para pensar como tem agido no decorrer dos anos. A solução do problema vai sair daí. Com toda certeza. Tem estado ao lado deles? E eu nem estou falando de presença física. Pensar já é uma forma de estar junto. Torce por eles e faz o que pode quando precisam de ajuda, independente da distância e do tempo? Às vezes, os rumos das pessoas são diferentes, eu sei. Mas amizade mesmo, amizade da boa, resiste a essas coisas. Fica intacta, apenas esperando um próximo encontro. Não tem mistério... Quando você dá atenção, carinho e respeito, isso volta. Talvez não da forma que esperava, mas volta. Aí cabe aos seus olhos ajustar suas expectativas diante do outro.

Tire da cabeça a idéia de que você só conhece gente que não presta! Está cheio de pessoas maravilhosas por aí. Verdade! Não feche as portas para quem gosta de você só porque alguém lhe sacaneou no passado. Não faça regras a partir de casos. Da mesma maneira, não seja desleal com quem lhe vê como amigo. Saiba se doar. Dê um pouquinho de você para o outro porque é o bem dele que você quer. Amizade nunca se sustenta de um lado só. Aliás, relação nenhuma. Mal construída, uma hora explode.

E amor então? Os anos já lhe ofereceram muitos! Alguns mais baixos, outros mais bonitos, uns mais gordinhos, enfim, de todos os tipos e maneiras, mas todos querendo te encher de beijos! Amores em potencial que, simplesmente, passaram. Só porque você não os percebeu ou não entendeu a importância deles o suficiente para que pudesse lutar para que ficassem em sua vida. Os deixou passar e não notou o amor bem ali do seu lado. Ou pior: nem chegou a conhecê-los! Talvez porque estivesse de mau-humor ou o que é mais comum: focado em outros assuntos, temas e pessoas que nunca tiveram o valor que você atribuía a eles.

O ser-humano tem disso... Às vezes cisma com o que não deve por causa de algum medo ou insegurança. Insiste no que é errado e sabota a sua própria felicidade! Aí sobra pra gente: os anos! Temos que entrar em ação para tentar lhe mostrar a SUA verdade. Não a nossa. Damos sinais, causamos encontros e desencontros até você acordar pra você mesmo. E uma hora acontece! Agora, o interessante é que o ano que consegue isso sai com a fama de vitorioso e os outros com a fama do problema. Calma lá... Os anteriores também tentaram lhe despertar. Faz tudo parte de um processo. O tempo pra isso acontecer depende muito do seu grau de teimosia e orgulho. Ai, esses defeitinhos humanos... Como não dão trabalho...

E o tal do dinheiro? O homem condicionou toda a sua vida em função dele. Passou da questão de lhe oferecer sobrevivência. Se a pessoa não tem dinheiro para comprar o carro do ano, o computador mais equipado ou aquele sapato de couro... pronto! É infeliz! Opa... Vamos parar com isso! Eu sei que é necessário, mas não deixe ele comandar suas decisões. Não se envenene por dólares, euros, reais... Na dúvida sobre o que fazer, ponha na balança: você de um lado e o dinheiro do outro. Quem pesará mais? Afinal, quem é que manda na sua vida?

E mais! Ele pode ser uma conseqüência se você conhece seus talentos, e sabe aonde pode melhorar. O sucesso financeiro vai vir se você não ficar parado em mim. Eu ando, você também precisa andar, meu caro. Como eu posso lhe ajudar se você não se mover? As oportunidades estão espalhadas por todos os cantos. Não vê? Não existe apenas uma alternativa de vida. Confie.

Enquanto isso, por favor, não abuse de você. Não se acabe em bebidas, cigarros ou outras drogas humanas. Não que elas não causem prazer. Acontece que a sua casca é frágil. Não pegue peso se já estiver fraco, não exija movimentos que seu corpo não é mais capaz de fazer. Conheça seu limite. Como ter saúde se você não colabora? E tá... Tem doenças que chegam sem explicação. E aí? Bom, eu não posso lhe explicar tudo... Não tenho permissão pra isso. Entre o céu e a terra tem milhões de coisas que o homem nem sonha que existem! E não sou eu que vou contar. Mas posso lhe dizer em letras garrafais: VIVA SUAS VONTADES! Seja real consigo mesmo antes de tudo. E se errar? Aprenda. Pelo menos, você seguiu os seus desejos naquele momento. Mesmo que eles tenham mudado com o tempo. E isso acontece mais do que você imagina! Eu mudo, eu passo, outro ano chegará depois de mim. Você também muda. E se quiser, para melhor. Sendo fiel aos seus valores e aos seus sonhos, meu amigo, pode vir a doença que vier... Nada vai estar pela metade dentro de você. Nenhuma dívida pendente com o seu coração.

Entende o que eu falo? Por favor, pare de ficar preocupado comigo, com 2009 e com os outros anos que virão pela frente. Se preocupe com você, antes de tudo! Olhe pra você, pro seu dia-a-dia, para o que gosta, para quem gosta. Não diga que 2007 foi ruim ou que deixou a desejar. Apure o seu olhar para o ano que passou e acredite: o que é seu está guardado. Só falta buscar.
E, às vezes, isso demora mesmo. É todo um processo de aprendizado que você só conseguirá compreender por completo depois de finalizado. Por isso, enquanto não consegue enxergar o plano da vida, acerte o seu passo com o meu. Que tal?

Vamos combinar uma coisa? Eu prometo chegar devagar para não lhe confundir. Serei o mais transparente possível para que compreenda meus pontos e vírgulas. Terei calma para lhe enviar todos os sinais necessários para que perceba a melhor direção. Estarei no sopro do vento, na brisa do mar, na chuva que cair, no sol que lhe der bom dia. Cantarei músicas e lerei poemas para os seus sentidos através da minha natureza e do meu tempo. Estarei lhe acompanhando como um amigo, cheios de meses, dias e horas para lhe dar colo, se for o que quiser. E força para seguir em frente. Já você... Tem que me prometer deixar a pele sensível, ouvidos atentos, olfato aguçado, paladar apurado, olhos focados e a mente quieta. Você tem que me prometer que, pelo menos, vai tentar deixar seu coração aberto...

Um beijo carinhoso e a gente se vê daqui a pouco.
Pode acreditar: eu, realmente, estou doido para te abraçar.

2008
(Um Feliz Ano Novo para todos!)
Réveillon também no www.fotolog.com/vanessa23

terça-feira, 25 de dezembro de 2007

Coisas de vô

"- Oi.
- Oi é breca de boi".


Eu nunca entendi muito bem o que isso significava, mas essa sempre foi a resposta do meu vô para um "oi" ao telefone. Breca de boi? Que raio de coisa é essa? Breca de "levado" ou breca do verbo "brecar", parar? E o que isso tem a ver com boi? Socorro... Muito para a cabeça de uma criança, que corria para o telefone quando a mãe dizia "Vem falar com seu avô, menina. Anda logo que é interurbano!". E que nunca deixou de rir quando ele dizia do outro lado "breca de boi", mesmo não conhecendo seu significado. Ele falava de um jeito tão gostoso que parecia algo divertido. A questão é que eu sempre achei graça nesse nosso "alô”. Não dá pra negar.

Com o tempo, eu cresci e descobri que o "breca", na realidade, era "breque". O que não mudou muita coisa. “Oi, breque de boi”? Pelo menos rima, ok. Alguma outra sugestão? E não venha dizer que deve ter a ver com a cultura de Minas (carioca sempre sai com essa piadinha diante do que não conhece). Nada disso! Meu vô é de Baltazar, Rio de Janeiro - a "cidade eterna" como ele mesmo gosta de chamar. Que eu também não sei porque é eterna, mas há de se ter respeito. Ele enche a boca de tal maneira para falar do lugar, que eu até acho que conseguiria descrever a praça, a igreja, as ruas... E olha que eu nunca fui! Quer dizer, não que minha memória tenha registrado. E nem vi fotos! O mais perto que cheguei de Baltazar foi descobrir em uma conversa que os avôs de dois amigos também são de lá. Mas eu não os conheço. Taí... Acho que Baltazar é uma cidade de avôs. Por isso é eterna.

Enfim, ele nunca me explicou o porquê do breque de boi. E olha que, quando mais nova, eu cheguei a perguntar! A reação? Uma risada gostosa de um senhor que, diante dos meus olhos infantis, tinha um quê de Papai Noel com sua barriga pomposa, cabelo branco e a barba mais branca ainda. O suficiente para eu aceitar um sorriso como resposta! Afinal, vamos combinar, eu tinha ali o bom velhinho só pra mim! Isso já me bastava. Na verdade, acho que bastaria para qualquer criança.

E com os meus primos, com a minha irmã, não foi diferente. Até porque eu aceitei dividir, na boa, a atenção do Seu Aylton. Aylton... Nome bom de vô, não? Dá uma imponência ao integrante mais velho dos Oliveiras. O que ele adora! Aceitei dividir o vô e o “breque de boi”. Era dele, sabe? Como ensinar os netos a comer requeijão na colher, a cobrar beijos e fazer questão de dar a benção, a dar leves beliscões, a trazer frutas para os netos (mesmo que um deles tenha rejeitado por completo essa opção de vida), a fazer a vontade daquelas pequenas criaturas, que de certa forma saíram um pouco dele. Coisas de vô... Que variam de acordo com a família, de acordo com a casa, mas estão sempre ali.

Vô e não “avô”, como a maioria gosta de chamar. “Avô”... Tá bom... Muito formal para uma pessoa que merece mais é ser agarrado sem cerimônia nenhuma! Até porque eles amam isso! Mesmo os mais ranzinzas não conseguem recusar um carinho. E aqueles que se fazem de durão, no fundo são os donos do coração mais mole de que se tem notícia.

Vô... Todo mundo tem ou teve, com certeza, algum ser desta espécie cheio de manias e atitudes únicas com seus netos. Um ser bom de abraçar, que carrega experiência quando te olha e outras características que já não mudam. Afinal, o tempo costuma ter prazo para alterar traços da personalidade. Ou indo mais além: acentua tais traços. E nem sempre as pessoas têm paciência ou disposição para entender. Acontece com o meu vô, com o seu vô, com você. Ou seja, acontece com o tempo...

A saúde então? Não há corpo que agüente. Apesar de ser formado por milhões de elementos, de todas as patentes, pode cansar. São muitos anos trabalhando da mesma maneira. Ô se cansa... Ainda mais se o coração, em um dia de mau-humor, resolve brigar com o pulmão. Os dois chefões de um batalhão que sem ordens pode ficar perdido. E ainda dar susto em quem está de fora da história. Ou então, pior, fazer com que a minha ligação pare em um hospital, como foi nessa última semana. “Oi”, eu disse após o alô do outro lado. “Oi é breque de boi”, seguido de uma tosse foi a resposta. Eu tive que rir... E ri com vontade. Como era bom ouvir aquela frase... Tem certas coisas que, realmente, o tempo não muda. E essas costumam ser as melhores.

E assim a semana passou. Com outras ligações, visitas e muitas outras ligações. Até que o coração resolveu fazer as pazes com o pulmão, que por sua vez se sentiu mais forte para seguir em frente: para mais um aniversário ao lado da família, mais um Natal. Longe de nebulizações, hospital e exames. Perto dos netos, que mais do que nunca, esperaram dessa vez o Papai Noel. O velhinho que sempre foi só deles. De mais ninguém.

“Ô”, eu ainda pude ouvir antes da ceia. E foi aí que eu entendi. A palavra verdadeira nunca foi “Oi” e esteve o tempo inteiro na minha cara. Morei em cidade pequena e cansei de ver várias carroças sendo paradas no grito. “Ô”! E os animais sendo puxados para trás. O famoso “breque de boi”. Como pude ser tão relapsa... Custei, mas entendi ao ouvir na porta daqui de casa. O fato é que dessa vez, eu tenho certeza, que não parou uma carroça, mas um trenó vermelho guiado por renas, seguido por um sonoro “ho ho ho”. Passou aqui, parou e deixou um grande presente para os Oliveiras. Ah deixou...

(Um Natal para vocês tão especial quanto foi o meu...)

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Detalhe

Deitado na cama, com a cabeça dela sobre seu peito, ele arrisca:

- De quem é essa pinta?
- Que eu saiba é minha.
- E se eu tomar posse das terras?
- “Meu corpo” você quer dizer, né?
- É ué! A mesma coisa. Depende do ponto de vista.
- Ainda assim será minha.
- Você não conhece a lei, não? Uso capião!
- Lei? Bom, já que vai pegar pesado... Discuta isso com meu advogado!


Ela, que estava atravessada na cama lendo uma revista, vira o rosto para o lado contrário do dele e finge estar concentrada no assunto da matéria. Ele então comprime os olhos e o pensamento vai longe buscando uma resposta a altura. A saída encontrada foi apelar:

- Desse jeito vou ter que usar a força...

Ela vira na hora com os olhos arregalados e dispara:

- Ficou maluco?
- Sempre fui...
- Vai me obrigar a ligar para a polícia... – Diz ela em tom de ameaça.
- Te seqüestro antes... – Diz ele no mesmo tom de ameaça, com um sorriso no canto dos lábios.
- Eu grito!! Tão alto que até o... até o... até o Papa vai ouvir – Ela já parece uma criança acuada.
- Papa?? Hahaha De onde você tirou essa!? Ele só vai poder rezar por você. Mais nada.
- Não duvide de uma santidade!
- Não mesmo... A questão é que só se eu fosse muito burro pra não te amordaçar antes de qualquer coisa. Ninguém vai te ouvir, meu bem.
- Amordaçar? Amor, mas que violência! – Diz ela já sentando na cama.
- Você que me levou a isso – Contesta ele levantando os braços como um jogador de futebol acusado de cometer a falta.
- Pô, seqüestrada eu vou ter que depender da ajuda dos outros! Aí complica...
- Mas eu te devolvo! Você acha que eu não vou pedir um pagamento pelo resgate?
- Caramba... Agora vai detonar comigo. Vai pedir pouco, né?


Ela faz cara de inconformada e de quem ainda busca uma solução. Ele não perdoa:

- Eu se fosse você, me rendia de uma vez...

Pronto! O necessário para ela se enfezar. Faz pose de quem vai levantar da cama, mas antes diz alto e bem claro:

- Cansei dessa brincadeira!
- Volta aqui, sua boba – Diz ele, a puxando para cima dele em um abraço.
- Ah não... Não gosto de depender dos outros, sabe disso. Imagina, todo mundo pegando suas economias por minha causa?
- Até que seria justo, mas eu não iria pedir essa grana toda, não.
- Então o valor seria baixo mesmo?
- Bom, depende do ponto de vista. Pra mim, não seria...
- Quanto, vai?
- Huummm... Pra te soltar?
- É lógico!
Ele então dá um sorriso de leve, faz cara de difícil, mas acaba entregando:
- Só te libero...
- Se... ?
- Se você me der essa pinta!! – E parte pra cima dela a cobrindo de beijos.


Ela ri de alívio. Não consegue acreditar no que ouvira, é fato. Mas mesmo assim resolve se render, pelo menos naquela tarde. No fundo, aquela era a melhor resposta. E ela sabia disso.

terça-feira, 11 de dezembro de 2007

Abadá do dia-a-dia

Venha pular o pré-carnaval com a gente! BLOCO ROUPA TUDO IGUAL! Compre seu abadá por apenas R$200 nas melhores lojas da cidade e caia na folia!

Abadás de todas as cores: vestidos de malha, estilo balonê, com bolsinho na frente, cavado nas costas, com brilho no peito ou então lantejoula da cabeça aos pés! Ops, não, não, nada de vestido longo. Todos bem curtos, por favor.

Ala da frente: prata e cinza - chegando com estilo.
Ala do meio: verde e amarelo - uma dupla brasileira.
Ala dos fundos: preto - sempre básico. Nunca falta.

Não perca tempo! Ou vai esperar até fevereiro para sambar?
BLOCO ROUPA TUDO IGUAL! Não se sinta diferente. Junte-se aos bons!

Bons? Antes fosse mesmo...
Moda consegue ser em alguns momentos algo extremamente tedioso... Se virasse carnaval, pelo menos, ia ter uma cerveja pra quebrar o clima.

quinta-feira, 29 de novembro de 2007

Parando o trânsito

Hoje eu não saí nada esculhambada. Muito pelo contrário. Ok, também não era nenhuma Gisele Bundchen, eu tenho noção da realidade e espelho em casa. Agora, eu até estava bonitona, tá?? Cada um dentro dos seus limites, oras... ;o)

Enfim, o caso é que dessa vez eu estava atrasada (isso, de novo!), mas pouco me importando. E foi essa falta de preocupação com o resto das coisas que me permitiu me arrumar com calma e caprichar no visual. Sem nenhum motivo especial. Quer dizer, o motivo especial era eu.

Sabe aqueles momentos em que você liga o botão do f...? Que o mundo pode explodir do outro lado, que você vai estar tomando um chopp com as pernas cruzadas? Você só quer saber de você e dos seus pensamentos (não que isso seja pouca coisa). Reflexões, perguntas e sentimentos embaralhados precisando de ordem. Bom, de vez em quando fazer isso é necessário. Só não sei se o lugar mais ideal para fazer isso é no meio da rua.

A pessoa quando está de cabeça cheia devia ser proibida de andar por aí, assim, impunemente, sabia? Tudo perde importância: os carros, o sinal, as bicicletas, as pessoas...Você fica a mercê desses "detalhes". Tempo de morrer atropelada ou cair em um buraco. Viu que eu corri um sério risco de vida, né? Ainda bem que eu não estava escutando música. Aí tinha ferrado de vez.

O fato é que eu estava tão longe com as minhas idéias que eu nem percebi que o carro que virava a esquina parou para eu passar. Continuei parada esperando ele ir. E o cara insistindo. Buzinou, fez sinal, não fez a curva enquanto eu não acordei pra vida e atravessei. E isso demorou! Vai por mim. Tá, eu só acordei pra vida mesmo porque o carro que estava atrás dele começou a buzinar freneticamente. Mas que pressa...

Vou te dizer... Ser cavalheiro nesses dias de hoje tem seu preço, viu... Eu nem olhei, não. Mas no mínimo, no carro de trás estava uma mulher.

segunda-feira, 19 de novembro de 2007

Beleza Rara

Acordo no susto. O horário? 10h. A minha unha estava marcada para às 9h. Atrasada, muito atrasada. Ligo para o salão, peço mil desculpas e garanto: em 3 minutos estaria lá.

Pego o primeiro short pela frente, blusa ferrada e uma sandália mais ferrada ainda. É incrível... Quando estou atrasada todas as roupas boas somem da minha vista. Mas ok, eu não podia perder tempo. Escovo os dentes, dou uma olhada de lado no espelho, ajeito o cabelo, mas sem muito esforço (não há nada que se pudesse fazer para consertar a juba naquela altura do campeonato. Isso, juba. Eu tinha acabado de acordar, esqueceu?).

Faço um leite, sem esquentar lógico! Frio mesmo! Sem muitas delongas. Quer dizer, eu não faço um leite. No máximo, eu misturo o leite com o chocolate em pó. Beleza. Chave no bolso, celular e dinheiro no outro. Rua.

Saio esbaforida, atropelando carros e ultrapassando pedestres. Em um momento quase um tombo. Então diminuo o ritmo, só para me recompor do susto. Quando então perdida, não nos meus pensamentos, mas nos meus passos eu escuto um assovio. Olho para o lado e um homem com cara de malandro solta um “linda”... Sério, fiquei completamente sem reação. E ele, com certeza, diante da minha falta de revolta deve ter pensado: "Há! Ganhei a moça".

É... A cegueira masculina, às vezes, é algo comovente...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

A Dona da Rua

O que se pode esperar de um carro parado na rua? Bom, depende do ponto de vista de quem analisa a situação. Para Dona Maria, um automóvel estacionado em sua rua (que é sem saída, diga-se de passagem), com placa de Niterói, e o adesivo “Proibida a circulação”, no mínimo, é algo suspeito. Até porque ela mora no interior de Minas Gerais. Como assim um carro de Niterói?

Antes de tudo, vale falar sobre Dona Maria. No auge dos seus 53 anos, ela é uma cinqüentona enxuta. Aquela “nova geração” que chega aos 50 como se estivesse começando a vida. Com pique para fazer um pouco de tudo: ginástica, trabalho, ponto cruz, bijouterias, cuidar dos filhos, do marido, da casa, do periquito, do papagaio e por aí vai. Mulher danada, essa! É o exemplo real de como a expectativa de vida do brasileiro tem aumentado com o decorrer dos anos. O que ninguém sabe, no entanto (e que está sendo revelado neste exato momento), é que ela, além dos seus afazeres rotineiros, ainda tem tempo para combater a violência e o crime em sua cidade. Sim, meu amigo... Ela é uma dessas justiceiras da modernidade. Vide “As Panteras”. Ok, elas são mais novas e dão saltos mortais. Dona Maria teria problemas sérios com a coluna se arriscasse um pulinho daqueles! Mas ela faz a sua parte. Tudo bem que lá em Cachoeirinha de Ypioca não acontece muita coisa, mas mesmo assim ela tem fé (Dona Maria preza pela religião apesar de não ser nenhuma beata). Isso mesmo: fé de que um dia conseguirá prender alguém da estirpe do “Bandido da Luz Vermelha”. Com direito a virar filme para a posteridade! Dona Maria pensa grande! Tá pensando o quê? Osama Bin Laden, não. De bomba ela tem medo e acha esse terrorismo muito evoluído para a sua cabeça. Enfim, esta é Dona Maria. Voltemos ao caso do carro parado na rua sem saída.

Sua primeira providência foi descer do alto de seu 7º andar para anotar a placa do veículo. E veja só, que coincidência! O porteiro do prédio do lado estava justamente... na portaria! Perfeito! Lógico que ela iria aproveitar a oportunidade para perguntar: “é visita de alguém daí?”. Afinal, pelo seu elevador o motorista do carro não tinha passado. Poderia ter ido para o elevador do outro. Assim, o caso estaria resolvido sem muitos esforços. No entanto, não era amigo, parente ou conhecido do vizinho do lado direito. Infelizmente. A única coisa que o porteiro soube dizer foi: “Era um cara alto. Saiu do carro e o abandonou. Não voltou mais”. Suspeito... Aliás, suspeitíssimo! Foi logo o primeiro pensamento de Dona Maria.

Mais que depressa, ela então voltou para seu apartamento e recrutou a filha mais nova. Missão: checar a placa no Detran. E rápido! Antes que o homem voltasse e fugisse com o carro. Fugisse? Mas de quem? Ela não sabia. Só tinha a certeza de que seu faro não a enganava. O dado precisava ser verificado. A filha não entendeu muito bem a necessidade da mãe de descobrir quem era o dono do carro, mas resolveu acatar a ordem. Era filha, né? Tem hora que é perda de tempo tentar discutir. Ainda mais com um superior imediato de tal patente! Enquanto isso, Dona Maria, na varanda, ficou à espreita da cena do crime. Crime? Estava com o telefone na mão, pronta para ligar para a polícia após o “ok” da menina.

Espera, espera e... nada! “Computador lento”, pensa ela. Espera, espera e... nada! Resolve então ligar para seu marido, que já devia ter chegado em casa. “Amor, cuidado ao entrar na rua. Olhe bem para o rosto das pessoas. A gente nunca sabe quando será necessário fazer um retrato-falado. E se proteja, viu?”. Ele também não entendeu o porquê daquela recomendação, mas decidiu não insistir no fato. “Tudo bem, tudo bem...”. Sabe como é, “na saúde e na doença, na alegria, na tristeza e na doidera até que a morte os separe!”.

E Dona Maria lá: estática na varanda, com a cortina um pouco na cara para também não ficar muito a vista do suspeito. Ela sabia se proteger! Espera, espera e... “Mãe!”, grita a garota. Os olhos de Dona Maria não podiam acreditar. Era chegado o grande momento. Telefone ligado e dedos a postos, pronto para discarem os números. “Fale, minha filha! O que você descobriu?”, responde ela da varanda. Silêncio... Silêncio... “Ei! Me ouviu?”, berra ela mais alto. “Minha filha anda meio surda. Não é possível”, pensa ela. Silêncio... Silêncio... “Tá limpo, mãe! Tá limpo!”, responde a menina para a frustração da mãe.

Dona Maria então desliga o telefone ainda incrédula. Não se move. Está decepcionada e seu rosto mostra isso. “Dessa vez, ele escapou!”, pensa. Fica parada durante alguns minutos tentando acreditar na inocência do sujeito. Refletindo sobre o acontecido e outras estratégias para o caso. “Ainda pego esse cara!”, diz para si mesma com o punho cerrado em um gesto de justiça. Nas novelas, os mocinhos sempre fazem isso. Já viu? Se você nunca viu, azar o seu! Dona Maria viu! O fato é que ela resolve, por fim, partir para sua cadeira favorita. Pega o pano azul, que estava jogado no chão, a agulha com linha branca, que estava presa em sua blusa, e retoma seu bordado. Até que o crime a faça voltar às ruas (ou à varanda), novamente.

Aguardem! Em breve: Novas aventuras de Dona Maria.

sexta-feira, 9 de novembro de 2007

Coisas da modernidade

Descobri que meu Word é fino. Aquele tipo de programa que tem classe, sabe? Acho até que é mais educado que a própria dona. Não é que outro dia eu tentei xingar e ele não deixou?

Com toda delicadeza, grifou o verbo de verde e recomendou a troca. Fez a sugestão pausadamente e pediu baixinho, sem alterar as letras. Um gentleman ou, melhor, um gentlemachine! Nada de caps lock! A recomendação? Em vez de xingar, “fale mal”.

Fui pega tão de surpresa que fiquei com vergonha e desisti do palavrão.

quarta-feira, 7 de novembro de 2007

Nome do Blog - A Saga

1º CAPÍTULO
21h55 (Brasil) /17h55 (EUA)

(Conversa pelo MSN)


- Título?
- Até tem, mas não sei se gosto. Com o tempo comecei a achar que não era bom... rs
- Tem endereço?
- Ahã...
- Só pra ter certeza... o blog não vai ter nenhum assunto especial, né?
- Não... Idéias e comentários da minha cabeça, no geral.
- E o título era...
- Janelas, Portas e Quintas.
- É rural demais!
- Ah! Nem é... Rural é você! Ó: meu “quintal” – meu mundo interior. “Janelas” – o que vejo na casa(vida) dos outros. “Portas” – as pessoas que têm acesso a isso. A poesia justifica, vai... rsrs
- Se tirar o “quintais” e colocar varanda até vai. Só que o nome vai ficar grande! Posso começar meu brainstorming?
- Pois é... Acho que eu não gosto porque é grande...
- forçanaperuca.com.br
- Caraca, não vai sair nada que presta desse seu brainstorming. Isso sim... Pô, eu já pensei em milhões de coisas! Tudo já foi registrado!
- onomequerestou.com.br
- Tá difícil, hein? Quer ajudar ou atrapalhar?
- Diário?
- Já passei dos 15.
- Bíblia?
- Não cheguei aos 50. Vem cá, você tem certeza que sabe do que eu to falando?
- Duvido que tenha esse nome registrado.
- Eu queria “Ctrl V”, mas até isso existe. Você acredita?
- É maneiro! VVV!
- Combinava direitinho com o conceito da coisa... Será que escrevendo o control tem?
- Vanessa Vendo em Volta
- Você definitivamente tá surtando! Nem adiantou ignorar o VVV que você continuou!
- bonequinhadeluxodaestrela
- Vou começar é a TE ignorar...
- Péra! Já falo com você! Chegou trabalho aqui!
- Precisa ser o blogspot? Vou desistir desse troço.
- Tem o wordpress, mas eu não sei mexer no design dele.
- Tá, tá, ta... Vai trabalhar, vai!
- É rápido!

0h30 (Brasil)/ 20h30 (EUA)


- Ai, isso é foda! Tô quase mandando um e-mail pro cara pra ele acabar com o blog dele. Tá parado desde 2001!
- Tá falando de qual?
- Do “Control V”.
- Humm... Vai dando idéia que tá enrolado aqui no trabalho ainda!
- Ah! Tô arrumando meu quarto... Só consigo pensar em roupas, bagunça, retalhos...
- Retalhos é bom!
- Fala sério!
- Tô falando!
- Ok, mas não está disponível. Acabei de ver.
- Putz, quase 21h e eu aqui trabalhando!
- Vai embora, anda!
- Tô indo... Mas e o nome?
- Depois a gente conversa, garoto...
- Tô cheio de trabalho agora. Complicou de ir embora mesmo!
- Força na peruca!
- Já sugeri esse nome. ;o)

2º CAPÍTULO

1h (Brasil)/ 21h (EUA)

- Pronto, acabei!
- Vai embora, ow!
- Resolvi olhar um documento... E o nome?
- Olha, não vou ser desculpa pra você passar da hora assim. Olha esse documento amanhã de manhã.
- Você devia era estar pensando em um nome!
- Ai, eu não sei o que se parece comigo! E a cabeça hoje tá mais filosofando do que definindo algo.
- Vanessa.com.br ahahaha
- Muito criativo...
- E o Control V?
- Acho que não vou mandar o e-mail pra ele, não. Esse cara vai tentar tirar dinheiro da minha pessoa. Aposto! “Show me the money!” Mundo capitalista demais e sem sentimento... Já tô desistindo desse nome...
- Começou o drama... rs Ó, vou embora agora e penso no caminho pra casa.
- Anda, vai...
- Beijos!
- Bjokas.
- Ah! E pensa como você vai querer o visual!
- Só depois do nome. Tudo tem um conceito. Aprendi isso na faculdade...
- “Ê lerê” já tem?
- Hahahaha
- Pô, confere se esse tem porque é a sua cara!
- Huummm... vou ver...
- Acho que agora vai!
- Putz... tem!!!! Vou desistir da vida... Quem mais usa essa expressão pra querer colocar como nome de blog? Caceta...
- Pqp. Tá de sacanagem...
- Antes tivesse!
- Bom, depois dessa eu vou mesmo! Beijos!

3h20 (Brasil) / 11h20 (EUA)


- Ah não...
- O quê?
- Acordada?
- Pior que tô... Mas já vou dormir.
- Alguma idéia?
- Pô, arrumei meu quarto e fiquei horas lendo a menina do “Ê lerê”. Mas fiquei muito tempo mesmo! Ela escreve umas coisas legais, sabia? Só que eu comecei a ficar assustada e resolvi ler outras coisas pra distrair. Ela se parece demais comigo! Pra você ter uma noção: adora pão de queijo, ri um bocado e é freqüentadora da Casa da Matriz! Ah não... Pior! É mineira!!
- Hahahahaha
- Começou a rolar um conflito de identidades! É sério! Será que existem vários “eus” meus por aí? Sei lá, clones feitos na hora do nascimento, almas com a mesma sintonia, ETs, irmã gêmea... Dá pra surtar um!
- Então pode ir parando com essas teorias da conspiração.
- Só mais uma coisa: ela diz que criou a interjeição “Ê LERÊ”! CARA-DE-PAU!
- É... Isso é mais grave!
- Dá vontade até de processar essa garota!
- Querendo tirar dinheiro da situação, é? Olha o capitalismo aí...
- Tá bom, vai. Parei. Mas que é revoltante é!
- Despejo de Idéias.
- O que é isso?
- O nome pro blog, garota!
- Ah sim... Despejo é uma palavra feia.
- Eu sei. Por isso mesmo!rsrs
- Eita! É assim que gosta de mim?
- Dá um ar irreverente!
- Não gosto, não.
- Caixinha de Sabão! Pronto! Perfeito!
- Tá, tá ,eu sou perfumada mesmo.
- Hahahaha Pô, eu não sei a razão, mas é um belo nome! Feito! Caixinha de Sabão.
- Coisa mais sem nexo.
- Nexo é a única coisa que você precisa em um nome. Ele tem é que ser fácil de ser lembrado.
- Ah, mas tem que ter a ver, né?
- Tem? Ah, é um bom nome!
- Você ta querendo me convencer porque não pensou em nada legal. Caixinha de sabão. Ok, sonoro. Mas logo em seguida eu penso em Omo Dupla Ação!
- Hahaha Vê se ta disponível.
- Já vi... rs
- E tá?
- Quem vai querer um blog do Omo????
- ;o)
- Pílula Falante é ruim, né? Lembrei da Emília do Monteiro Lobato.
- Gosto não.
- Nem eu, mas o conceito é bom!
- Torresmo.
- Hahahaha Não!
- Terapia Ocupacional!
- Eu peço palavras que você associa à minha pessoa e você diz terapia??? Aff...
- Ué! Vai dizer que blog não é pra isso? E outra, pra quem ler também vai servir.
- Muita pretensão. O leonino aqui é você.
- Paraguaia.com.br
- Dando força para o apelido?
- Hehehe Eu ainda fico com a Caixinha!
- Ai, lá vem você e esse sabão...

3º CAPÍTULO

4h05 (Brasil)/ 0h05 (EUA)

- Eu tô pensando em comida. Acho que é a fome! Pão de queijo, Cravo e Canela, Mamão com Açúcar, Pipoca, Doce de Leite...

- Depois fala dos meus nomes...
- Ai, vou dormir. Você não me ajuda. Aqui já passou das 4h!
- Como assim não ajudo? Caixinha de Sabão é o melhor!
- Já virou um monte de bolhas esse seu Omo Dupla Ação!
- perdidadeassunto.com.br
- Caraca! 4 da manhã já está registrado, você acredita? Nem a hora eles respeitam mais!
- Que “eles”, menina?
- Os outros! Um bando de fantasminhas que só serve pra atrapalhar a minha vida. Esse aqui postou uma merdica em 2005 e pronto! Mais nada! È finito!
- Peraí! E caixinha de sabão? Tem?
- Não!!!! O seu Omo tá liberado...
- Ahhh tá... ;o)
- Blégh pra você!
- Criatura de Espuma.
- Você cismou com a limpeza, hein? Isso é falta de banho ou tá me mandando tomar banho?
- Sei lá de onde eu tirei esse nome. Mas é engraçado, admita... Agora, você pegou num ponto interessante. Às vezes, tem um significado implícito mesmo e eu não sei... rs
- Pra mim, eram os franceses que não tomavam banho. Não os americanos... ;o)
- Hunf!
- Caramba! Até flor amarela tem!
- Chocolate Mentolado.
- Depois fala das minhas comidas... rs
- Pipoca no Dente!
- Ah não... Isso não dá, né?
- Hahahaha Por quê?
- Nem te respondo... rsrsrs
- Que mania de nome bom! O importante é o nome ser grudento!
- 3 da manhã tem!!!!
- E 5?
- Também.
- Os dois são bons.
- Ah, mas 5 já é de manhã! E eu penso melhor de madrugada... por volta das 3 da manhã!
- Eu também gosto! Tem a ver com você mesmo! Registra logo, anda! Depois você decide se fica com ele!
- Agora, pena que eu pensei no “3 da manhã” às “4 da manhã”.
- Aqui ainda são 0h10.
- Meia-noite e dez não é legal!
- Já registrou?
- Pára de me pressionar! Tô indo...
- Já sei! Faz o blog e coloca como primeiro post: “Já comecei atrasada...”
- Blá blá blá...
- ;o) Registra, vai. O nome é bom!
- Achou mesmo!?
- Ahã... Agora...
- Agora o quê?
- Só não é melhor do que Caixinha de Sabão! rsrs
- Grrrrr...
- Gruda mais! Se o problema é o sabão a gente pode mudar! Olha só, Caixinha de Algodão? Caixinha de Madeira? Caixinha de Balão? Caixinha de Entulho? Caixinha de Bagulho! Caixinha...
- Chega, chega, chega de caixinha!
- Já sei... Pipoca no dente. ;o)
- Eu não mereço... Ê lerê...

segunda-feira, 5 de novembro de 2007

Ela

Há tempos que eu queria te contar, mas não sabia como puxar o assunto com você. Sabe como é, não é o tipo de coisa que se revela assim, de sopetão. Tem que ter uma conversa. Até mesmo pra você entender os meus motivos. Eu te conheço... Antes mesmo de eu terminar vai estar com mil preconceitos na cabeça. Mas ok... Calma! Eu vou falar. Não estou te enrolando. Não vê que eu também estou tensa? É muito difícil estar aqui para te contar tudo. Mas agora que eu decidi fazer isso, vou levar até o fim.

Bem, humm... É o seguinte... A questão é que eu estou namorando escondido. Quer dizer, escondido está deixando de ser. Isso. Namorando. E não é de hoje. É... Totalmente em sigilo. Achei melhor deixar a relação ficar mais firme para poder te contar. Quer dizer, não só contar para você, mas como para todo mundo. Agora, é fato: você está sabendo em primeira mão. Lógico! Não iria aprontar essa com você.

Não me olha com essa cara... Eu achei até que você já desconfiava! Não? Pôxa... Não tem reparado que ando mais bonita, animada e de bem com a vida? Tá, eu sei que eu sempre fui tranqüila e risonha, mas essa sensação nunca foi tão presente dentro de mim. Se antes, ela me bastava. Atualmente, tem transbordado. Sobra... Entende? Já se sentiu assim? Pois deveria... O que interessa é que se eu ando melhor e mais feliz não é à toa. Pode ter certeza. Não é por causa do trabalho, da família ou dos amigos. Não mesmo... Tudo, aquele tudo que me importa no momento, é efeito exclusivamente dela.

Hã? O que foi? Por que o espanto? Huummm... Já sei, está estranhando o “ela”. Mas ok, já que vou contar sobre o namoro não tenho porque esconder o fator principal. O pronome pessoal está no feminino mesmo! Sem nenhum erro de digitação. Efeito exclusivamente DELA. Eu sei, é... inesperado! Até eu mesmo levei um bom tempo para me acostumar com a idéia. Não queria aceitar esse fato de jeito nenhum. Não mesmo! E resisti! Tentei não me envolver com ela. Eu juro! Mas foi meio que inevitável.

Ela estava na música que eu escutava, no poema que eu lia e, pior, no que eu escrevia também (quando começamos a escrever sobre o outro é que a coisa está ficando séria, pode ter certeza). Não saía do meu pensamento! Acordava com ela martelando dentro de mim e sonhava com suas frases. Tentei ignorar sua presença, quis sumir para não ter que encará-la, mas não teve muito jeito. Ela veio com força pra cima de mim. Me tomou de uma forma que só me restou... ceder.

Caramba... E quanto tempo eu levei para viver! É, viver! Esse é o verbo! É extremamente maravilhoso estar acompanhada de quem te faz bem e não o contrário. Você tem que experimentar algo assim. Não, não, chega de escolher errado! Hoje eu vejo o que estava perdendo! Não troco essa sensação boa e constante. De jeito nenhum! E na cama? Uau! Não sabia como ela poderia ter efeitos enlouquecedores debaixo dos lençóis. Ou em cima, ah, enfim, você entende o que eu quero dizer. Também não quero te deixar chocado com esses detalhes.

Não, não me olhe assim. Entenda! Você não pode estar comigo. Por mais que você tente, sempre acaba me faltando. Quantas vezes já te disse isso? Agora, já ela? Está do meu lado o tempo inteiro! Quer dizer, sempre que eu preciso, que no caso é o que importa, né? Não que esteja sempre ao meu favor, não mesmo, mas está lá... Para me dar atenção, para me dar alivio... Ou então sabe se afastar e dar tempo para o meu silêncio, quando necessário. Sei que ela quer o meu bem e por isso respeito sua presença. Eu sei, eu sinto, entende? E essa é toda a diferença. Eu não tenho dúvidas. Nada de insegurança.

Eu espero que compreenda e não brigue comigo. Eu estou feliz. É sério... Ceder, fazer as pazes com ela e também comigo, era tudo que eu precisava no momento. E é tanto amor, é tanta paixão que eu até brinco: “Ai ai Palavra, um dia ainda caso contigo”.

Tudo tem o seu primeiro post

O céu ainda anda escuro. Sem estrelas. O blog talvez não esteja em sua melhor forma, com a melhor foto ou cores. Layout inacabado, não dá pra negar, apesar dos cafés tomados.

O fato é que as madrugadas continuam. As crônicas, as poesias e os pensamentos tortos, inclusive! Sério, muito "tormento" para uma pessoa só (momento drama). Algo precisava ser feito, com urgência, para que eu não explodisse!;o) Definitivamente, seria algo desastroso...rs

Sendo assim, uma virginiana perfeccionista resolveu começar a postar, mesmo com o visual do blog pela metade. Tá na cara: para gerar um equilíbrio interno, antes de qualquer coisa. Não dá pra ficar esperando o melhor momento para começar algo. As coisas devem ser feitas e vividas de acordo com a vontade e ponto! Sem vírgulas. Às vezes a gente espera, espera, espera e acaba deixando o trem passar. Fica a ver navios, apenas. Ok, sem filosofias baratas e meios de transporte a uma hora dessa. Ainda tá cedo. Nem são 11 horas.

Enfim, pode chegar! Se sinta à vontade para discordar, rir, concordar, dizer que eu sou maluca por falar tal coisa, deixar um beijo, ou simplesmente fuxicar o que anda passando pela minha cabeça. Não tudo, lógico. Também não vou dar esse mole, oras...

Não prometo assuntos específicos, tipos de texto ou alguma ordem, seja ela cronológica, numeral ou esotérica (se é que isso existe). Só sei que a noite promete ser longa. Com toda certeza. Quem sabe, dessa maneira, um engenheiro à la webmaster se sinta sensibizado com a causa e termine colocando até cometas nessa escuridão. rsrs

E dá-lhe café, guaraná em pó, coca-cola e outras coisas do gênero. Com direito a pão de queijo, de vez em quando, para acompanhar e matar a fome. Ninguém é de ferro, né?

Beijos e seja bem-vindo!